A gravidez tardia é cada vez mais comum em uma sociedade como a brasileira, onde buscamos determinada estabilidade antes da constituição de uma família. Com a evolução da medicina, as mulheres que desejam engravidar após os 30 anos de idade estão cada vez mais assistidas, possibilitando gestações saudáveis após os 40, 50 anos.
A comunidade médica alerta que uma gravidez não programada nesta faixa etária é muito menos arriscada nos dias de hoje do que no tempo de nossas avós, porém a mulher precisa estar saudável e, de preferência, não ser portadora de doenças mais sérias como cardiopatias, hipertensão arterial e diabetes. Mesmo o corpo aparentando estar saudável, a futura mamãe deve procurar um médico de confiança que acompanhe todo o período gestacional, o nascimento e o pós-parto.
Segundo a Dra. Natasha Slhessarenko (CRM.2909), patologista da DASA, após a faixa dos 30 anos, o pré-natal é ainda mais significativo, já que muitas vezes o corpo pode não estar mais preparado para a gestação. “Ao procurar um especialista, a mulher deve iniciar uma série de exames importantes que assegurem a saúde dela e do bebê”, completa Dra. Natasha.
Para a médica, o desejo de ser mãe pode aparecer em qualquer faixa etária, mas a mulher deve estar preparada física e psicologicamente para as mudanças de vida que a nova fase irá acarretar. “Após os 40 anos de idade, a maioria das mulheres tem menor probabilidade de engravidar espontaneamente por conta da queda na produção de óvulos devido a alterações que a maturidade ocasiona no aparelho reprodutivo feminino. Por conta disso, muitas recorrem para tratamentos de fertilidade”, afirma a médica.
Independente do método é importante reforçar que a gravidez em todas as idades, mas principalmente a gestação tardia, necessita de um acompanhamento médico com um especialista de confiança. “Os exames indicados para o pré-natal são fundamentais para o diagnóstico precoce de patologias e identificação de malformações do feto, além da manutenção da saúde da mulher”, acrescenta Dra. Natasha.
Indicação de exames durante a gestação
1º trimestre de gestação
- Hemograma Completo
- Tipagem Sanguínea
- Sorologia para Sífilis (VDRL e FTA Abs), HIV, Hepatite B e C, Toxoplasmose, Rubéola e Citomegalovírus
- Urina I e Urocultura
- PPF (Protoparasitológico de Fezes)
- Papanicolaou (colpocitologia oncótica)
- Ultrassom Básico Obstétrico Endovaginal ou Transvaginal
- Ultrassom com translucência nucal fetal no período entre 11- 13 semanas de gestação (avalia risco de malformação fetal).
- TSH e T4 Livre
- Coombs Indireto (se a mãe for Rh negativo e o pai Rh positivo)
- Cariótipo (biópsia do vilo corial ou amniocentese em pacientes acima de 35 anos)
2º trimestre de gestação
- Ultrassom Morfológico
- Teste de tolerância oral a glicose simplificado- TTOG-S
- Teste de Proteína Plasmática Associada à Gravidez (PAPP-A)
- Dosagem de alfafetoproteína (melhor por volta da 16 semana de gestação)
- Repetir as sorologias que estavam negativas (HIV, Hepatite, Toxoplasmose)
3º trimestre de gestação
- Ultrassom Obstétrico
- Cardiotocografia
- Ultrassom Obstétrico com Dopplervelocimetria Colorida
- Perfil Biofísico Fetal
- Ecocardiografia fetal de nível I
- Ecocardiografia fetal de nível II em casos de alto risco
- Dosagem de Uréia, Ácido úrico e Creatinina, se necessário
- Teste de Enzimas Hepáticas (Perfil), se necessário
- Glicemia e curva glicêmica, se necessário
- Ecocardiograma e Eletrocardiograma, se necessário
- Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (deve ser feito durante todo o pré-natal, assim como o controle do peso materno)